Tem um angústia apertando meu peito. Não sei definir o que é. Mas sinto ela lá. Uma vontade de deixa-la transbordar pelos olhos, de mergulhar em sua dor e de deixar me sufocar. Ando passando noites em claro, tendo entender de onde ela vem e pra onde irá me levar. Um aperto no peito, uma dor na boca do estômago, um não sei o que. Um desanimo passageiro ou um eterno silêncio.
Outro dia uma mulher se matou. As pessoas que a conheceram ficaram chocadas. Comentavam que ela era uma pessoa forte, daquelas que lutava, tomava a iniciativa, colocava a cara a tapa. Colocou um bandido que invadiu a sua casa com uma faca pra correr e no outro dia foi trabalhar toda retalhada. E eu com meus botões fiquei pensando: Ela usava uma armadura. Todas as pessoas extremamente fortes que conheci na vida são assim. Poucos acabam realmente as conhecendo bem e descobrindo que por traz de tanta bravura existe um bichinho acuado demais e muito sensível que só é forte pra se proteger.
Eu não sou diferente de nenhuma dessas pessoas. Posso estar sempre com um sorriso no rosto, pronta pra dar a cara a tapa, levantando o astral dos outros, matando um leão por dia. Mas no fundo eu estou acuada. Estou assustada. Preciso vestir a minha armadura pra enfrentar o dia-a-dia. O sorriso, é a minha arma pra que ninguém saiba o que eu realmente sinto.
Quantas vezes você já parou pra se olhar no espelho? Não olhar o look, penteado ou alguma espinha que insistiu em aparecer bem no meio do seu rosto. Olhar e ver no espelho o que os outros enxergam quando olham para você? Pare e veja a imagem que você reflete. Depois, escute o que o seu coração fala. Se você achar que ambos não combinam, bem vindo ao meu mundo.
A gente vive nesse mundo com tanto medo dos outros e de si. Dos julgamentos e comentários que se esquece que o único comentário que importa é o seu. O único julgamento que tem sentido é o da sua alma. Porque de resto, são apenas pessoas, acuadas como você tentando dar algum sentindo pra sua vida.
Tem uma angústia apertando meu peito. Ela transborda pelos meus olhos e encontra eco em meus soluços. Ela me trava, me tira o sono e me faz dormir profundamente. Essa angústia não tem nome, não tem cheiro, cor ou melodia. Apenas aperta o peito e transborda nos olhos.
Comments