Nada enxergo além do brilho dos seus olhos. O escuro me cega e uso o tato para perceber a proximidade de nossos corpos. Mas seus olhos, seus olhos iluminam a noite e me permitem ir além do que as trevas. Encaro-os. Sorrio. Eles sorriem de volta. Não é preciso que exista nada além do que o brilho dos teus olhos.
Um brilho de promessas fáceis, de palavras que não precisam ser ditas, de ligações que não são dessa vida. Um brilho que me acolhe, me acalenta, me embriaga e me apazigua. Um olhar que me diz muito mais do que qualquer outro. Que me arrepia todos os pelos do corpo. Que me devora em uma piscada e me extasia em um segundo.
Teus olhos me dizem mais. Dizem palavras que eu sei que não serão pronunciadas. Fazem juras que me deixam confusa, que não julguei que ouviria dos teus olhos. Iluminam meu caminho e ainda assim me dizem não. Não para o que não pode ser sentido. Não para o que precisa ser evitado, não para que a proximidade dos nossos corpos virem rotina. Eu sei, você sabe. Mesmo que teus olhos digam o contrário.
Olfato, tato, audição, paladar e visão. Te conheço pelo cheiro, pelo toque suave em minha pele, pelos teus gemidos contidos e pelo gosto dos teus lábios. Mas é o teu olhar que me revela mais de ti. Teu olhar que me diz sim. São teus olhos que me contam as histórias que quero ouvir. De ti. De mim. De nós.
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