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Te perdoo

Eu te perdoo. Depois de muito tentar entender, de pensar, internalizar e até externar o turbilhão de sentimentos que existiram e existem dentro de mim, eu te perdoo. Não pense que isso é fácil ou que é porque não me importo. Ao contrário. Eu me importo demais. Me importo tanto que te perdoar parece ser a única forma de seguir em frente.

Não consigo mais remoer a mesma história, tentar encontrar sinais ou explicações para teu comportamento infantil e egoísta. Não quero mais pensar na mesma coisa ou lembrar que tudo que construímos ruiu com uma cantada barata. Não importa mais. O que foi destruído nunca mais terá majestade, e as ruínas, como fotos apagadas pelo tempo, ficarão marcadas para sempre nas memórias que insitem em torturar e se misturar com tudo que era feliz.

Te perdoar, não é por ti. É por mim. É a minha carta de alforria, o papel não assinado que me garante a liberdade de seguir em frente. Do jeito que sempre fiz. Que sempre fui, que sempre me fez feliz. Te perdoar é mostrar que eu sou melhor, que sou a mesma pessoa, apesar da dor, do tormento e das tuas palavras agressivas tentando me diminuir.

Não fui eu quem perdi ou que se perdeu. A cada sorriso e cada conquista, cada novo aprendizado e a cada abraço carinhoso, entre eu te amos sussurrados, fui te perdoando um pouco. Quem perdeu, quem demoliu, destruiu e ficou sem amor foi você. Por isso te perdoo. O preço é alto a ser pago, e mesmo que agora ainda estejas sobre os feitiços de algum batuque da vida, um dia tua cabeça voltará ao lugar. Um dia saberás. Um dia te arrependerás.

Eu te perdoo. Saiba de antemão que te perdoo. A mágoa se dissipou, o sol voltou a brilhar, a vida que segue em frente. Eu te perdoo. Mas sei que você nunca irá se perdoar. E no dia que estiveres pronto para pedir perdão, não precisa. Eu já te perdoei, só não sei se a vida, as outras pessoas magoadas serão capazes de perdoar também.

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