Pessoas deixam de fazer sentido.
Assim como situações, lugares e palavras.
Aquele eu te amo dito antes,
hoje não tem mais sentimento.
Aquele travesseiro favorito dá dor nas costas
e a praia preferida ficou agitada demais.
A vida é feita de ciclos. Alguns podem ir e vir.
Outros podem ser mais longos e outros curtos.
Alguns se findam. Alguns nunca terminam.
Mas sempre em ciclos.
É estranho um dia perceber que aquela pessoa,
não é mais a mesma, ou foi você que mudou as lentes.
Ambos, talvez?
Não sei. Perdeu o sentido.
Um dia eterno, no outro terno.
Memórias, lembranças, carinho do tempo de convívio.
Só que a conversa não engata, as ideias não fecham
e as decepções dilaceram.
Porque algumas coisas não são opiniões,
são pregos em caixões.
Chora-se o luto, da humanidade, da amizade,
da empatia, da solidariedade,
dos flagelos, de muitos.
Enterra-se os sonhos de gerações,
em nome do próprio umbigo,
do privilégio,
do poder não olhar pra si mesmo
e se distrair com fotos coloridas.
Os lugares deixam de fazer sentido,
os amores também.
Mas não deveriam.
Não por conta de um genocídio.
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