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Se der medo, vai com medo mesmo

Eu tenho o dom de transformar as coisas de uma maneira que nem eu consigo entender. Sabe aquela coisa de se auto-sabotar? De dificultar tudo de um forma que fica impossível depois achar uma saída viável. Muitas vezes as coisas são simples, mas aí vem aquele monstrinho interno e começa a pensar em um bilhão de besteiras para tirar toda a simplicidade e colocar mil amarras e dificuldades no caminho. E no final o monstro deixou tudo tão enrolado que não sei onde foi parar a a ponta pra desembolar.  Muitas vezes tenho a sensação que sou a única pessoa no mundo assim, que transforma tudo em bola de neve, que faz tempestades com direito a raios, trovões e muito vendaval por qualquer motivo e depois deixa tudo desaguar por ai, sem conseguir conter e  inundando o rosto de lágrimas e as ruas da vida  de lama.  Parece que sempre me conduzo para encruzilhadas, onde matar ou morrer é a única saída.  E matar os monstros internos, pode ser mais complicado até que matar baratas ( e se você acha fácil matar baratas não tem noção do que é o desespero de alguém que tem pânico delas). 

O problema é que o monstro interno faz parte de nós. Ele é um pedaço seu, que carinhosamente você cultiva, alimenta e ama. Mesmo que inconscientemente. Então, mata-lo é matar um pedaço de você. Um pedaço que não lhe faz bem, mas que é seu. Com o qual você convive há muito tempo. É como um amigo imaginário, mas está mais para um inimigo real. O seu monstro interno, tenha ele o nome que você quiser dar, foi você que criou, mais ninguém.  Então a gente chega naquela encruzilhada. É matar ou morrer. Ele te paralisa, te deixa sem saber o que fazer. Te coloca um monte de minhocas na cabeça e se você der ouvidos para ele ele te mata. O jeito é você matar ele. Lutar contra a sua incrível capacidade de te fazer mudar de opinião sobre aquilo que você tinha total certeza que era o caminho. É você ou ele. Num duelo interminável em que só pode ter um vencedor. Matar ou morrer. Sufocar ou ser sufocado. Você ou seu monstro interno.  Todos temos monstros internos. Nossos medos, nossas certezas, nossas escolhas e suas consequências. Monstros. Monstros que criamos, que deixamos tomar conta, que sempre estiveram por ali, esperando o momento certo para colocar suas garras para fora e fazer a festa com nossa mente e nosso corpo. Monstros que precisamos derrotar. Na minha casa tem uma plaquinha na parede que diz "se der medo, vai com medo mesmo". Ela está lá para me lembrar, que se eu não controlar o meu monstro nada vai sair do lugar.   Se der medo, vai com medo mesmo. Se você tiver a chance, se jogue de cabeça. Se quebrar a cara, não vai ser nem a primeira nem a última vez. Se puder, faça tudo de novo e faça igual ou diferente, mas não deixe de fazer. Não importa quantas vezes a gente erra, importa quando a gente acerta. Não importa quantos medos tolos a gente tenha. Importa quando a gente tem a coragem. É matar ou morrer. É fazer com que cada agora seja feliz e os que não forem não forem tão felizes assim, que sirvam de aprendizado, não de alimento para o monstro. E se no meio do caminho o monstrinho resolver segurar as suas pernas, se esforce, procure dentro de você a força pra dar um pé na bunda dele e seguir em frente. 

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