Coloquei meu coração nas tuas mãos. Como bom taurino que és, te apoderastes devagar. Não só do coração, mas também de cada centímetro de pele que cobre minha alma. Me tornei latifúndio em tua boca. Caminho traçado com a saliva da tua língua. Desenhado pelo toque dos teus dedos. Terra fértil para tuas incursões.
Tentei te devorar instantaneamente. Me saboreastes lentamente. Para que a pressa se o prazer está na tortura dos meus pensamentos sacanas, que insistes em prolongar com a tua voz rouca, me dizendo ao pé do ouvido que temos tempo.
Tempo para mim, que anseio por teus beijos, pelo teu toque, teu pulsar é determinado pela ansiedade de me entregar. Tempo para ti que te deleitas com o meu urgir é sereno e banquete. Sou tua refeição que não tens pressa em degustar.
Se entre nós dois o tempo parece brincar, sendo sentindo por cada um na intensidade das mãos, que parecem não aceitar, a distância determina o resultado da equação, onde dois corpos ocupam o mesmo espaço e ninguém ousará dizer o contrário.
Nessa minha ansiedade e tua vagareza ambos sabemos que o resultado final explode em cores, cheiros e sabores que só duas almas apaixonadas são capazes de se entregar.
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