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Pela janela

Pela janela, ela observava o mundo.

Pessoas pedindo na sinaleira,

dormindo ao relento.

Carros acelerados no asfalto,

barulhos de sirenes insistentes.


Pela janela, ela observava o mundo.

Foram dias, noites, madrugadas.

Lua cheia, minguante, nova, crescente.

Cheia novamente.

Ensinando paciência.


O tempo perdeu seu sentido.

As horas, a pressa, a falta.

Sobrava.


Tanto,

que as comidas ficaram mais saborosas,

as conversas mais profundas,

os olhares mais atentos.

A dor mais ardente.

As orações mais potentes.


Pela janela, ela observava o mundo.

As pessoas dançavam nas ruas.

Choravam emocionadas.

Os abraços saudosos,

Somos livres.

Estamos vivos.


Pela janela, ela observava o mundo.

Era tudo igual, mas ao mesmo tempo diferente.

A vida, finalmente, havia sido valorizada.

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