Foi com força que você saiu fechando a porta atrás de si, tentei segurar, mas a mão escorregou.
Ainda não enxergo luz, tateio pelos cantos, procurando teus rastros, colando os pedaços de tudo que esbarrei.
Eu quebrei tanta coisa, mudei de lugar, comprei móveis novos, substitui retratos. Mas no breu eu só sentia teu cheiro ainda pelo ar a me embriagar.
Sei lá. O olho acostuma, o ouvido não sente falta, outros braços aparecem a te envolver em um noite qualquer. A gente se perde e se encontra, chora, dança e grita, se embriaga pela noite e não vê saída
E agora a pouco eu percebi, que eu aprendi a viver sem ti. Quando tudo estava fora do lugar, foi que encontrei o meu lugar.
Ainda quebro as coisas pelo caminho, me perco em lembranças, mas a porta já está aberta, entra e sai de estranhos que me fazem perceber que a tua ausência já não é essência.
Não tem mais cheiro que faça chorar, nem lembrança que entristece. Tudo recolocado em lugares diferentes a bagunça em seu lugar e no meu peito um novo olhar.
E eu me lembro das noites perdidas, choradas, sofridas, em que o que queimava a garganta, anestesiava o corpo e a tua falta era doida.
E agora a pouco eu percebi, que eu aprendi a viver sem ti. Quando tudo estava fora do lugar, foi que encontrei o meu lugar.
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