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A primeira benzetacil a gente nunca esquece...

Tive um gripão daqueles. Começou com aquela dorzinha no corpo e uma febrezinha de 37. Tomei tylenol. Uma semana e o resfriado evoluiu pra uma crise de renite aguda. Espirra daqui, espirra dali. Toma tylenol. Abafa bem. Não pega frio. Passou a renite veio a sinusite. Mais tylenol.

Passou a sinusite. Mas a febre começou a aumentar. Tem alguma coisa na minha garganta. Ta doendo. Mais tylenol. A febre sobe. Minha garganta começa a fechar. Não consigo engolir. Não consigo respirar. Tem duas bolas no meu pescoço. Quarenta graus de febre. Socorro! Preciso de um médico.

Certo. Muitas pessoas teriam procurado na crise de renite. Mas sou dura na queda. Já me acostumei com ela e com a sinusite. A questão é que, agora, o remédio tão bom pra sinusite só pode ser vendido com receita. E o meu acabou. Tinha pensado mesmo em marcar uma consulta e pedir uma receita, mas tava enrolando. Se não for pra conseguir atestado não sou muito a favor de ir ao médico.

Enfim. Liguei pro maridão pedindo socorro. Ele me prestou a solidariedade devida e me levou ao Posto de Saúde do quartel. Aqui, em São Borja, por ser pequeno não tem um hospital militar. Só um posto de saúde. Muito bem organizado por sinal.

O médico, clinico geral, muito atencioso. Não foi preciso muito pra constatar o meu quadro. Uma gripe mal curada que se tornou uma grande infecção na garganta. Com tudo que uma dessas tem direito: ínguas, placas, dor e febre.

A pergunta dele foi engraçada: “Queres ficar bem boa rapidamente, ou mais ou menos boa a longo prazo?” Não precisa pensar muito para responder. Claro, quero ficar bem boa e rápido. Resposta errada.

Ele me recomendou mais tylenol (pelo menos sei que estava no caminho certo). Também mandou eu tomar a droga do momento: Alivium e pra completar o tratamento uma dose única de benzetacil. Pode parar doutor. Benzetacil não. Nunca tomei mas tenho uma péssima experiencia com injeções na bunda.

Ele acabou me convencendo. Mesmo com as minhas lembranças ruins de injeção na região glútea, concenti. Ele me garantiu que era a melhor maneira e que sentiria as melhores rapidamente. Ficaria um pouco dolorida mas sem roxos ou buracos na pele.

Meu problema com as agulhas na bunda vem do tempo da gravidez. Estava com uma anemia forte e o obstetra me recomendou três doses de ferro. As duas primeiras foram tranquilas. O farmacêutico aplicou sem problema nenhum. Na última injeção fui procura-lo. Ele não estava. Só sua esposa. Acho que ela ficou com raiva porque eu pedi por ele e me deu a injeção de qualquer jeito. Passei seis anos da minha vida com um roxo enorme na bunda e pior minha bunda ficou deformada. Onde o ferro extravasou ficou um buraco.

Eu concordei com a aplicação da benzetacil. Preparação psicológica. Todo mundo sempre disse que era um horror. Tudo bem. É só uma injeção. Pense nos beneficios. Vou voltar a comer. A febre vai passar. As dores no corpo também. A liberdade em questão de dias.

Aí vem o enfermeiro. Fardado. Ok. Sei que muitas mulheres tem fantasias com homens de farda. Mas eu tenho um em casa. E cá pra nós, uma coisa é fantasiar uma relação amorosa com um fardado. Outra bem diferente é ele vir com uma agulha pra espetar na tua bunda. E sem nenhum sentido literal da coisa. Que constrangedor. Rolou até uma vergonhasinha. Um calorão. E posso afirmar que não foi pela farda e sim pela minha poupança. Olha que situação.

Ele me deu a injeção. Me avisou que ficaria dolorida e que seria bom fazer algumas compressas quentes na região. Confesso que a bunda está doendo. Não tanto quanto a garganta estava ou como a febre me incomodava. Não foi o fim do mundo. Estou bem. Voltei a vida. Dormi bem e só lembro da injeção quando vou sentar. Dos males o menor. Mais vale uma nádega dolorida do que uma garganta fechada.

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