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Um furação com nome de mulher

  • Foto do escritor: Lu Aranha
    Lu Aranha
  • 13 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

Quando eu percebi nossa história toda havia sido apagada. Das redes sociais, da vida, das memórias. Nada parecia fazer sentido. Da tarde pra noite o mundo desmoronou na minha cabeça, tudo virou pó e restou a dor intensa de quem não entende da onde o tiro veio.

Eu fiquei em pedaços. Devastada por um furacão com nome de mulher. Mas mais ainda pela fragilidade do abrigo que sempre considerei seguro.

Não foi a tormenta. Não foi a traição. Não foi o furacão. Foram as palavras duras. A necessidade urgente de cortar completamente cada elo de ligação. Como se uma década não fosse nada. Como se tudo tivesse sempre sido uma mentira constante.

E dói acreditar. Dói entender. Dói aceitar que tudo que existia se esvaziou assim. Porque não é da noite pro dia. Porque não foi falado, conversado. Porque simplesmente parece que nunca existiu.

Estamos sorrindo e fazendo planos em um dia e no outro chorando como se houvesse um velório. O enterro de uma família, de muitos planos e sonhos. O velório da cumplicidade. O enterro dramático do amor.

E agora a distância é exigida. Exigida por quem te abandona. Mesmo que você precise de apoio. Parece que existe raiva, que existe rancor, da parte que não deveria. Quer dizer que passamos a ser dois desconhecidos? Ou que a pessoa que foi a vítima é a culpada. A culpa de não ser avisada ou seria a culpa pela culpa que o outro sente e não admite?

Agora toda a culpa é minha. Você não fez isso, você não fez aquilo, você vive num mundo dos sonhos, você isso. E você? E quando foi que essa pessoa covarde surgiu e meteu os pés pela mão? E quando foi que você desistiu. Porque eu me lembro. Me lembro de cada minuto, de cada segundo e de quantas vezes foi você a fugir.

Mas ninguém aponta o dedo e pergunta  e você por que não falou? E você por que não investiu? E você por que não incentivou?

Talvez eu tenha culpas, mas de todas as que me atribui não carrego nenhuma. A minha culpa foi acreditar, confiar e me entregar, em todas as formas e sentidos pra uma pessoa que nunca soube valorizar os sacrifícios que eu fiz e que foram sua culpa. A minha culpa foi ter sempre colocado em primeiro lugar o amor, a cumplicidade, o outro, não a mim. A minha culpa foi amar. Foi acreditar que isso bastaria. A minha culpa foi confiar, foi abrir a minha casa, a minha vida. A minha culpa foi deixar que o furacão entrasse pela porta da frente.

Mas em um mundo onde ser de verdade, do bem e confiar no outro é sinônimo de ser trouxa, em uma realidade onde jogar sujo parece ser recompensado, eu ainda escolho acreditar no amor. Porque meu sorriso ninguém me tira. E um dia, eu ainda serei eu. E você será o resto do que um dia foi.

 
 
 

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