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O mundo não é justo.

Ele era só um menino. No meio de uma família conturbada, sem muita expectativa de vida e desde cedo passando por todo o tipo de situação. Uma mãe ausente, uma pai alcoólico e uma avó dedicada. Foi assim que ele cresceu. No meio de tanta violência, de tantas tragédias e de tantas histórias tristes, a dele tinha tudo para dar certo.

Foi assim que eu o conheci. Um menino ingênuo, infantil e muito bondoso. Sempre disposto a ajudar. Alguém que queria vencer. Que queria fazer a diferença. Moleque, claro, como todo bom guri de sua idade. Buscando um futuro. Sonhando com algo melhor.Vou me lembrar dele sempre como o menino que era bom. Como o José no presépio vivo, como o aluno disposto a ajudar, como o meu modelo fotográfico pra minha primeira matéria no jornal a faculdade.Dói pensar que essa história acabou. Provavelmente por sua imaturidade ou por seu medo. Uma festa, um cara bêbado, uma moto, um muro e uma blitz. Pânico. E com a sutileza de um segundo tudo escuro. Culpa? De ninguém. Culpa? De toda a sociedade. Culpa de todos aqueles que deitam suas cabeças no travesseiro e pensam que o mundo é assim mesmo.Dezenove anos. Um futuro pela frente. Um vivente que queria mudar sua sorte. Renato Russo tinha razão... “Os bons morrem jovens”, entre tantas crianças que crescem nessa nossa sociedade hipócrita, que vivenciam situações de risco, que são empurradas para a marginalidade, ele tentava fugir disso.O mundo não é justo. Ou talvez seja, quem sabe. As lágrimas que fogem dos meus olhos, não são pela perda, mas pela indignação da fatalidade, da tragédia e principalmente de pensar, que nessa sociedade tão torta, o medo de perder tudo, o preconceito e a vida valham tão pouco.O mundo não é justo, ou quem sabe, talvez seja.

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