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Não me atiro


Tem tanto dentro de mim que eu queria te mostrar.

Mas tem tanto medo também,

tanta coisa mal resolvida,

amores inacabados,

desprezo e insegurança.

Tem traumas, negras

e juras de proteção que de nada me protegeram.


Eu quero tirar a roupa.

Quero mostrar o que tem por baixo dos panos,

das máscaras coloridas,

dos sorrisos fáceis.


Quero desnudar a alma.

Desligar o ar condicionado

e desmontar a cabana de cobertas que me protege,

enquanto choro,

em posição fetal.


Eu quero.

Mas o tombo é alto.

Eu não vejo o fim do precipício,

é escuro e sem qualquer corda — ou mão — a me segurar,

não me atiro.

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