Em uma mala velha guardo minhas recordações. São fotografias antigas, bilhetes rasgados, papeis de bala, de chocolate, ingressos de cinema, de shows. Contas de restaurantes. São pedaços de uma vida que um dia foi minha. Foi nossa. Existem flores secas, desenhos e até um rótulo de vinho gravado com nosso nome. É um pedaço da gente, de mim, de ti, de nós.
Não são memórias aleatórias. São desejos que não se cumpriram, são vontades realizadas. São histórias que quero lembrar para sempre, mesmo se o pra sempre acabe. São fotografias de dias felizes e tristes também. É tudo que eu sou, que eu fui, que eu serei. Não existe limite para as lembranças dentro da mala velha. Sempre cabe algo novo, mesmo que antigo.
Eu não me desfaço da minha mala. Seria como limpar um HD cheio de histórias ou perder a memória. Sacrilégio, eu diria. Seria como me esquecer de você. Impossível. Se metade de mim não lembrar de tudo que aconteceu, a mala me lembrará. Se um dia, por algum motivo, eu não tiver mais teu cheiro, ele lá estará.
Sou feita dessas lembranças. Sou feita das cicatrizes da vida. Sou feita do teu amor. Sou feita de tudo que vivi, de tudo que sonhei, de tudo que me recordo e de tudo que senti. Sou feita de sorrisos, dos meus, dos teus, dos nossos. De fotografias mal tiradas que guardam bem mais que imagens. Que guardam a mim. A ti. A nós.
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