Cansaço, dor, fratura.
Abandono, solidão.
Quem vai cuidar de mim?
Bolas de pelo rolando,
Louça acumulando.
Não tem mais cueca limpa.
Faz o quê,
se não pode ficar de pé?
Finge que não vê.
A indiferença,
o e-mail sem resposta,
a hipocrisia de telefonemas,
quando a nota cobra
e de herança,
deixa apenas dívidas.
E eu como o quê?
Fome.
Ser sozinha no mundo
não é fácil.
Ainda mais
com o dedão quebrado.
Mas a gente pula,
urra de dor,
chora de desespero,
acha força.
Te vira, guerreira.
Mantém a pose de princesa.
Logo passa, rainha.
Seja forte, mulher.
Mesmo que a força
te deixe extremamente
exausta.
Então escrevo,
pra tirar do peito
a angústia de ser quem sou,
A família que não é.
A sorte que se tem,
o amor que nunca foi.
Os ciclos que quebrei,
E viva quem restou.
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