A ideia de querer e não ter assombrava sua alma. Como uma criança mimada, passava dias e noites imaginando que artimanhas poderia fazer para conquistar aquele coração. Nem gostava tanto assim. Sabia que não era amor de verdade. Um flerte talvez. Um desejo quem sabe. Uma doce obsessão. De tão obcecada não percebia que outras coisas aconteciam na sua vida. Aquela conquista era um capricho. Um mimo para sua auto estima e nada tinha a ver com sentimentos. Talvez só com o sentimento de posse.
Possuir ele. Poder pensar que tinha conseguido. Sentir o sabor da conquista. O cheiro da vitória e depois relaxar. Sim. Aquele tinha virado seu único objetivo na vida e não havia um minuto se quer que ela não pensasse nisso. A crueldade de seus devaneios era tamanha. Pensava na conquista e no golpe final depois dela: o grande pé na bunda que daria nele.
Não era uma mulher fria e calculista. Era impulsiva. Agia pelo prazer. Ele era calculista e por causa disso pensava em como magoá-lo tanto como em como conquista-lo. Queria devolver o veneno que ele mesmo tinha colocado em sua corrente sanguínea. O amor não correspondido. Os olhares não retribuídos. Os beijos imaginados e não trocados. O desejo não saciado.
Não pensava em mais nada. Não queria mais nada. Só aquele coração. E ia vivendo assim. Imaginando, desejando, querendo e procurando formas de conseguir.Poder dizer que era seu. Sabia que não iria se vingar. Apenas sentir, amar e ser feliz. Até o dia em que encontrasse uma nova obsessão.
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