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Diário de uma mulher que foi traída

A carta que eu nunca mandarei

Tem coisas que não deviriam machucar mas machucam. Notícias, novidades, alguma nova fofoca ou até mesmo uma velha história. Não deveriam machucar porque já se findaram. Se machuca, talvez seja pelo fato de não estarem bem resolvidas. Sim. Nem todas as histórias quando acabam estão resolvidas. Algumas deixam marcas, cicatrizes e feridas que, apesar de parecerem fechadas, podem se reabrir a qualquer momento. E quando reabertas a dor é mais intensa e tão insuportável que, as vezes, parece que nunca mais se fecharão. Não sei qual a tua razão pra fazer isso comigo. Não entendo tua necessidade de sempre me magoar mais. De me deixar a espera de algo que não vai voltar. De me torturar pelo teu simples prazer. Ou na verdade é teu medo de reagir a mim que faz com que hajas dessa maneira? Não teria outra mulher a quem recorrer? Era preciso que fosse ela. Sabes que qualquer outra não me causaria tanta dor. Por que me mostrar? Para que te exibir, usando-a como troféu? Não te basta o fato de teres me arrasado. Me abandonado no momento que mais precisei. Isso não basta. Tua crueldade vai além disso. Tua necessidade de acabar comigo e qualquer rastro de mim nesse mundo é maior que qualquer coisa. No dia em que tu saiu da minha vida prometi que nunca mais te procurava. E assim eu fiz. Mas tu não me deixas em paz. Manda recados, mensagens e sempre aparece onde estou. Não deixas que eu siga a minha vida. Mesmo tendo sido tu, que quisestes sair dela. Não sei mais para onde ir. Pra qualquer lado que olhe te vejo. Tenho medo de sair a rua e te encontrar. De ir ao cinema e te ver lá, desfilando com ela. De ir ao mercado e dar de cara contigo na fila dos frios. Tento mudar minha rotina, meus caminhos, minhas lojas preferidas, os bares de sempre. Esqueci de tudo como tento esquecer de ti.E ela que sempre foi passado. Ela que um dia tu me garantiu que nada significava. Que era apenas uma história antiga, sem importância, sem sucesso e sem nenhuma chance de volta. Ela que tu sabias que eu sentia ciúmes. Que me deixava insegura e que me magoava a cada contato. Ela que foi tua amante. Motivo de tantas brigas. É com ela que desfilas. Te perdoei. Te perdoei porque me contastes arrependido. Naquele dia acreditei em ti. Que foi um engano. Uma besteira de um homem inseguro. Algo que te fez perceber o quanto me amavas. Foste tu que me falastes. Fostes tu que me implorastes perdão. Mas agora não perdôo. Não suporto a ideia de toda aquela cena sem necessidade. Eu nunca descobriria teu caso. Depois de tanto me magoar e fingir me ajudar a superar, um dia tu arruma tuas coisas e te vais. Vais e não voltas. Me abandonas. Me deixas só quando estou frágil me recuperando de tanta dor.Dor que tu mesmo causastes. Dor que me corroeu por dentro e me fez adoecer. Me fez recorrer a médicos, remédios, terapias e drogas. Fez com que eu não me reconhecesse no espelho e me sentisse na sarjeta. O lixo dos lixos. A escória das escórias. Emagreci, enfeiei, perdi a auto estima. Nada me restou. E quando começo a voltar a si. Inicío a jornada pra restabelecer minha vida me dás outra facada. Por isso não perdôo. E não perdoarei mesmo que se passe mil anos. Já te consenti esse direito uma vez. E não sou eu, simples mortal que devo lhe dar novamente. Só queria entender. Só queria uma resposta: Por que, depois de tudo, logo com ela? Por que ela e não eu?

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