Eu nunca fui muito boa com noções de espaço, números, distâncias, cálculos ou geografia. E nem com o tempo. Para mim a madrugada do dia sempre foi a do dia seguinte. Assim como enquanto eu não durmo ainda é o mesmo dia.
Eu nunca fui muito boa em explicar caminhos. Eu apenas sei chegar lá. São habilidades que me faltam, mas nunca me fizeram falta. Pra que eu preciso saber qual é a esquerda e a direita, se basta balançar a mão que eu escrevo e sei qual é. Mas eu preciso balançar a mão para saber.
Fico pensando em quantas coisas eu não sei, quantos conceitos eu não decorei. Quantas formulas eu me esqueci, nunca aprendi ou deixei passar. A regra de três, eu ainda faço com aquele macete de criança, colocando os números no papel, cruzando o x no meio, multiplicando e dividindo. Eu Não sei fazer de outro jeito.
Mas eu sempre soube ouvir, sempre soube escrever. Sempre soube falar de sentimentos. Eu sei chegar onde eu quero, sei lutar pelo que preciso, sei o quanto o tempo significa para mim e sei o quanto uma noite insone pode ser generosa ou dolorida.
Eu entendo da vida, das pessoas, das coisas, dos sentimentos… não dos números. Eu entendo que a vida vai além das fórmulas, das regras, das geografias. As distâncias estão mais relacionadas aos sentimentos que aos quilômetros, então não faz diferença o que dizem os mapas. Eu entendo que noção de espaço está relacionado ao quanto alguém ocupa meu coração.
Não me faz falta esse monte de teorias, o que me faz falta é o calor humano, a boa conversa, as risadas com amigos, os abraços e beijos que deixamos de lado. O tempo, o espaço, a distância e os números só são válidos se estiverem relacionados ao que você aproveita da vida.
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