Lembro da minha primeira desilusão amorosa, no início do que hoje se considera a pré adolescência. Eu dançando com a vassoura, e o menino que eu gostava dançando com a menina que ele gostava.
Quem já não viu essa história?
Depois o primeiro amor da adolescência, o primeiro namoro terminado, os namoros seguintes encerrados, o noivado interrompido, o casamento que se findou em litígio.
Tiveram paixões de escola, de verão, de faculdade, platônicas. Histórias mal resolvidas, todas finalizadas, muitas sofridas, sempre doloridas.
Mas hoje percebo que nenhuma delas foi tão complicada quanto meu amor próprio. Uma história recheada de ódios e abandonos, de não aceitação, de mudanças indigestas por outros.
O reflexo sempre julgador, a comparação pejorativa, a obrigação de me encaixar em padrões que não comportam meu biotipo ou meus ideais. Foram anos lutando contra mim mesma, para um dia entender, que não existe amor que resista, sem o próprio.
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