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A dança principal

Sabe aqueles sonhos que tão reais você custa a entender que são sonhos? Pois é. Sonhei assim com você. Era tudo tão possível e cotidiano que custei a entender quando abri os olhos que estava numa cama longe de você.

Algumas teorias dizem que nossos sonhos são resgates do inconsciente. Outras dizem que são o encontro das almas. Para mim todas as teorias fazem sentido. Nossas almas se encontram desesperadas de carinho e atenção quando dormimos já que acordadas não permitimos que esse encontro aconteça.

Eu sempre ouvi que se duas pessoas querem ficar juntas elas dão um jeito e ficam. Tudo muito romântico e utópico em uma vida que não nos permite apenas seguir nossos impulsos. Às vezes me pego pensando o que teria acontecido se fossemos só vontades. Se não tivéssemos tanto medo das consequências e mais coragem.

As coisas não são tão simples como deveriam. Nós não somos simples. Em uma complexa teia de medos, traumas, certezas, lágrimas e risos nos prendemos ao que conhecemos. Para que arriscar, nos perguntamos... e se não der certo, indagamos...

Fizemos escolhas. Optamos pelo platônico e confiável. Não arriscamos, ambos tinham muito a perder. Então nesses caminhos descruzados e nas bifurcações da vida separamos nossos destinos. Mas como somos feitos de sonhos, à noite, quando nada nos prende, nos encontramos e vivemos todo o amor que existe.

Permitimos o encontro das almas nesse universo paralelo para que elas possa aplacar um pouco da dor que sentem de estarem separadas. Talvez não seja nessa vida, estamos só ensaiando a dança principal para uma próxima...

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